Tenho a impressão de que todo critério é construído: seja por exemplo e direcionamento da família, influência de amigos, redes de convivência e vontade própria, dentre outros. A opinião pública, que em teoria deveria ser pautada pela imprensa que comunica, também é fator relevante.
Daí, uma barbaridade acontece. Daí, as pessoas compartilham e algumas delas escrevem: "e se fosse seu filho que fosse sequestrado pra rituais de magia negra?". Daí, a imprensa noticia o fato alertando para que a população tenha cuidado com o que vê no Facebook, não noticiando, de fato, que linchamento é crime e ponto. "Ah, mas a população está revoltada, sem governo, o governo só rouba, você não percebe em que ponto chegamos?"
Eu ia escrever algo como "sei não, humanidade, acho que quero descer..." - mas não, não quero. O que eu quero, profundamente e de coração, é que cada um que seja bom, fique bom e compartilhe este bem em todas as esferas possíveis: na rotina interpessoal, nas relações estritamente profissionais e também nas redes sociais.
Especialmente as pessoas tão cheias de critérios, de análises e conclusões sobre o momento "não dá mais". É, não dá mais, já deu pra perceber. E quando não dá mais, o que é que a gente faz? A gente mata, prende e usa a violência ou a gente faz que faz pra mudar? A fonte de força é a mesma, a direção é que muda. E mudar leva tempo, não tem jeito.
Isso não é ignorar a violência do mundo, ter olhar de Pollyana ou negar os perigos e tempos de barbárie que estamos vivendo. Tenho uma filha de 15 que vive neste mundo, e quer viver solta, sabe, entendo como é não ter coragem de falar "ok, querida, vá de ônibus", temendo que algo muito ruim aconteça porque alguém quer o celular dela.
Isto é uma convocação pra que os que são pelo bom e do bem se manifestem, se façam presentes - porque até isso, o posicionamento do bem, do amor, é visto como "mimizice" hoje em dia. Não é mimizice: pra ser bom, é preciso ser forte - uma força que reconhece a humanidade presente em si mesmo (com falhas a serem melhoradas) e no outro (também com falhas a serem melhoradas).
Se façam presentes pra que quem também é do bem enxergue que é possível, que sempre vai ser possível, porque tem sim muita coisa boa no mundo. Tem sim muita gente boa no mundo, gente disposta, gente guerreira e gente do amor.
Porque eu não sou perfeita, você não é perfeito e, como diz o ditado, ninguém é perfeito, mas eu não gostaria de ser linchada por isso. Você gostaria?
Bóra ser do bem?
Aproveito pra inserir aqui meu primeiro dia dos #100diasdegratidao propostos pela Flavia Melissa: sou grata, bastante, por conseguir expressar o que sinto pela escrita. É minha salvação e deleite
0 comments:
Speak up your mind
Tell us what you're thinking... !