Desde a invasão dos portugueses que os avanços são feitos de forma muita lenta e como concessão dos que estão na casa grande.
Toda a esperança de mudanças mais consistentes e profundas, pelo menos nos últimos 49 anos, foi depositada exatamente no PT.
O muito que Lula fez para tirar milhões da pobreza e o acesso à informação terminou por esbarrar em uma sociedade mais exigente, pelos fatores da esperança de mudanças mais profundas como citada em parágrafo anterior e pela conscientização da precariedade dos nossos serviços públicos principalmente na área de transportes, saúde e educação.
Se não conseguimos modificar os paradigmas com todas as condições favoráveis quem mais conseguirá senão a volta do povo às ruas?
É de conhecimento que sempre a direita se apropria das bandeiras alheias para barrar aquilo que eles concederam e que passaram a achar que já tinham atingido o limite da concessão. Foi assim, com o próprio golpe militar realizado falaciosamente com as bandeiras de mais democracia, mais direitos aos trabalhadores, mais divisão das riquezas no Brasil, etc.
Os riscos são altíssimos sem dúvida, mas, é igualmente sem dúvida a insatisfação da nossa enorme classe média, inclusive nós aqui do blog, na constatação da precariedade dos serviços públicos essenciais e nas dificuldades que temos e,m pagar os caríssimos serviços particulares de saúde e educação e o sofrimento causado pelos grandes congestionamentos provocados pelo erro em continuarmos a privilegiar a política de automóveis particulares frente à uma política de transportes públicos eficiente e de alta qualidade.
É preciso que a população perceba de que lado está o governo e as oposições, o governo é responsável por trazer este esclarecimento, é preciso que diga quem barra a proposta de uma Assembleia Constituinte Exclusiva que tire das mãos do nosso congresso aquilo que eles prometeram e não realizaram em décadas. É preciso que se divulgue exaustivamente quem está a favor e quem está contra o plebiscito, que se não é o ideal, pelo menos colocaria em cheque, mais uma vez, o que o povo quer e o distanciamento do que o nosso congresso propõe. as ideia de que a reforma venha à consulta popular apenas depois de decida pelo Congresso via referendo é que é o verdadeiro golpe contra o que a população vem demonstrando nas ruas.
Que a história sirva de lição, no discurso de João Goulart (no blog o Tijolaço)
Democracia é por fim a privilégios
“Brasileiros, não receio ser chamado subversivo por propagar a necessidade de revisão da atual Constituição da República, é antiquada porque legaliza uma estrutura econômica já soberana , injusta e desumana.
O povo tem que sentir a democracia que ponha fim aos privilégios de uma minoria proprietária de terras.
Acusam o Governo Federal de estar incitando a agitação e de estar pretendendo golpear o regime democrático, mas quem acusa o Governo de pretender golpear as Instituições?
São aqueles mesmos que o povo reconhece como os maiores golpistas deste país e que, em todas as oportunidades, ostensivamente, procuram desviar o Brasil do seu rumo democrático, que é o rumo do povo brasileiro.
Os que hoje dizem que o Governo conspira, são aqueles que mais vem conspirando contra os interesses do povo e do País, os mesmo que em 1950 queriam impedir a posse do Presidente Getúlio Vargas, os mesmo que em 1954 levaram o grande Presidente ao suicídio, os mesmos que, em 1956, afirmaram que o governo eleito não podia tomar posse, os mesmos que em novembro do mesmo ano pretenderam sufocar as liberdades democráticas, os mesmos que em 1961 proclamaram que um vive-presidente eleito não podia sequer pisar no solo da Pátria e invadiam jornais e encarceravam operários e líderes populares para impedir que a constituição fosse cumprida, esses mesmos que gritam hoje que o Presidente João Goulart conspirou contra o regime e que eles são os democratas deste País; desgraça da nossa democracia se tivesse de ser defendida por aqueles que sempre estão prontos para golpeá-la.
O que eles querem encobrir com essas acusações constantes são outros propósitos e objetivos com essa campanha de difamação, de mentiras, de mistificação e confundir o povo brasileiro, para evitar que se façam dentro deste País as reformas reclamadas pela classe operária, que não constituem apenas uma reivindicação legítima e patriótica dos brasileiros deserdados, mas sim um imperativo nacional, reclamado pelo nosso desenvolvimento e o nosso progresso.”
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