“Não havia denominação para a Natureza, como algo apartado e distinto do homem, algo que pudesse ser contemplado pelo homem” (Sakamaki Shunzo in MOORE, 1975, p. 24). Ou seja, não havia distinção entre sujeito e objeto, observador e observado.
O homem era apenas parte de um todo, “intimamente associado e identificado com os elementos e as forças do mundo em seu redor” (idem). Fato que se nota pela importância das principais divindades, entre as milhares, associadas aos principais fenômenos da natureza: o nascimento, o crescimento, as transformações e a morte (ibidem, p. 25). Essa estreita proximidade com a Natureza e elementos de seu entorno constitui-se na principal característica do Xintô (HERBERT, 1964, p. 17).
Supõe-se que o modo como viam o mundo[2] “era uma forte concepção intuitiva de uma profunda unidade subjacente, biológica e física ao mesmo tempo, entre todos os homens (mortos, vivos e não-nascidos), a Natureza e todas as entidades invisíveis ao homem, porém dignas de veneração” (HERBERT, 1977, p. 10). É, no dizer do professor Ono, “para os que veneram o kami, xintô é o nome coletivo de todas as crenças que compreendem a ideia do kami” (ONO, 1990, p. 3).
Relacionando as três mais antigas correntes de pensamento que estão na gênese do pensamento japonês, teria dito o príncipe Shotoku , que difundiu o budismo no Japão: “O Xintoísmo é a raiz e o tronco de uma grande árvore robusta e transbordante em inesgotável energia; o Confucionismo são os galhos e as folhas e o Budismo são as flores e frutos” (HERBERT, 1977, p. 11).
Por dois ou mais milênios, junto com o budismo e o confucionismo, essa religião autóctone moldou o caráter desse povo.
http://www.nipocultura.com.br/?p=1992
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