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Titia é classe mé(r)dia baixa, ou como dizem por aqui, classe pobre alta.

Por morgana profana

Carrego todos os recalques e preconceitos na minha bolsa Loui Vitton fake.

Mas falando sério, o tema levantado pelo texto é, dentre tantos outros crucial.
Titia vai meter sua colher suja de coq-au-vin(chateau duvallier, vejam só) no assunto...
Como possibilitar ganhos de renda, acesso a consumo, ou seja, conforto econômico a vastos contingentes populares sem amargar o revés ideológico que a sensação de "pertencimento" traz? Esta parece ser a questão central do texto.

Uma boa dica:

Parar de imaginar que o conservadorismo seja exclusividade da classe mé(r)dia tradicional. Não é. Nosso país de cima a baixo, de cabo à rabo (e bota rabo nisto), é conservador, truculento, preconceituoso, violento.

Os fenômenos de violência simbólica (e física) que alimentam o caldo de cultura política são transclassistas, embora em cada estrato se apresente de forma peculiar, é fato.

Portanto, o verdadeiro perigo não reside apenas nos estamentos médios da sociedade, que macaqueia as elites, mas está ainda mais presente na ampliação destes sentimentos antissociais que fermentaram as estatísticas da nossa intolerância cotidiana, justamente quando os mais pobres começam a ser enxergados.

Como não há o bom selvagem, não há também o pobrezinho ingênuo e pacífico.

É este dilema ou paradoxo que mistura o amplo apoio da nova classe trabalhadora (ou nova classe média, dependendo do interlocutor) as políticas inclusivas do PT e do período de governo lulo-dilmista, mas que oscila fortemente quando submetido a bombardeios de saturação da mídia em temas que já estavam segmentados como dogmas: Público é ruim, privado é bom / bandido bom e bandido morto / aborto / inflação / corrupção-mensalão , etc.

Bom recordar que estes amplos setores populares impuseram ao PT e seu candidato, Lula, três derrotas, e um novo figurino que os fizessem abandonar os pontos mais inflexivos das mudanças que propunham.

Em 2010, Dilma balançou, justamente na questão religiosa, que permitiu, dentre outros fatores, o crescimento da onda marinista, que misturou (e tenta repetir) uma "cara social" com postulados neoconservadores-pentencostais.

O capital social e político da antiga classe mé(r)dia representa pouco ou nada, se considerarmos quantitativamente o tamanho dos partidos e entidades que a representam institucionalmente. A desproporção notória é somente, mas não menos importante, a mídia.

A "vontade" (como citado no texto) deste novo estrato social que emerge das camadas mais baixas ainda não foi compreendido por ninguém entre nós, e nem poderia, não há tempo que permita o distanciamento histórico necessário e acúmulo conceitual e estatístico.

Mas titia teme que as organizações políticas (e não o governo, este não é seu papel, pelo menos não prioritariamente) progressistas que deveriam disseminar o discurso contra-ideológico neste novo estrato não parecem capazes de fazê-los.

O modelo não se esgotou, o modelo está aí: Conforto econômico com conservadorismo político!

Nós é que gostamos de acreditar que algum dia foi diferente, ou se propunha a ser. Por enquanto, não há realidade que comporte este nosso "sonho". E quem pode e tem o dever de construí-la, nós, partidos e organizações sociais, detestamos colocar a mão na massa.

Falei, pronto, titia é igual a rolha da champanhe, depois que explode não tem mais volta...

No blog:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-caricatura-da-elite-pela-classe-media
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