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Mídia e imparcialidade


Por Obelix. Comentário no blog de Nassif 

Cada um tem total e pleno direito de imaginar sua área de atuação como melhor lhe apraz. Este é um traço humano.

Mas muito me deixa preocupado que um jornalista do quilate do Senhor Nassif ainda acredite que seja possível ao jornalismo atuar como mediador do trânsito de informações, atuando de forma "isenta".

Alguém ainda acredita que o narrador (jornalista) contará a história (o fato) sem pretensões de transformar o objeto (a realidade)?

Bom, como eu disse, cada um com sua crença, e de certo modo, ela (a crença) que dá certa coesão social e na vida das pessoas.

Vamos destacar o que lemos:

"Hoje em dia, locais como Facebook, Twitter e demais redes sociais abriram espaço para uma radicalização inédita, envolvendo portais, blogs e sites em geral, tornando difícil a consolidação da espaço de mediação - nos quais o jornalismo pudesse cumprir melhor sua missão.(...)"

Comentário: Esta pretensão do jornalismo de se apresentar como mediador privilegiado sobre outras formas de disseminação de informação é engraçada, ainda mais quando a principal ferramenta que o jornalismo mediador usava para fazê-lo (quase sempre de forma unilateral) era o monopólio do fato. Então, o problema não é da "quantidade" de pólos de disseminação de informação ou a "natureza" anárquica destes pólos, mas sim a incapacidade do jornalismo de lidar com um ambiente onde ele não é "A" referência.

***
"Aliás, a explosão midiática, com a Internet, TVs a cabo (especialmente nos EUA) e outras formas de comunicação, criou uma barafunda informacional. Na maioria das vezes, os consumidores de notícias não escolhem os veículos que entreguem a melhor informação, mas aqueles que tragam notícias com as quais eles concordem, o chamado exercício de pregar para convertidos."

Comentário: Aqui mais presunção do jornalismo em classificar a si mesmo como fonte de "melhor informação". Outra é apontar a incapacidade do consumidor de escolher apenas porque não escolheu o que julgam "melhor informação".

***
O ponto central de confusão é que a maior parte da manipulação não se dá no vazio, mas superdimensionando fatos concretos. O contraponto deve ser o devido dimensionamento do problema, não a sua negação.

Comentário: Aqui outra do jornalismo: determinar a forma do contraponto. Ora, se algum fato não corresponde a realidade deverá ser negado. Outra questão é que determinados problemas, superdimensionados, servem apenas para criar realidades que caibam interesses de quem lucram com elas, logo, também devem ser negadas, ao menos como veículos destas manipulações.

Na outra parte do texto
(...)Primeiro, porque as agências estão vendo de modo mais otimista os últimos sinais do governo,(...)"

Comentário: Como diria Luiz Gonzaga Belluzo, este pessoas das agências ainda está solto?
Como retirar qualquer núcleo de informação destes proxenetas do rentismo? É isto que um bom jornalismo financeiro pode nos oferecer no lugar da barafunda da internet?

É um ótimo debate este proposto pelo Senhor Nassif.

Mas comecemos pelo entendimento que as diversas e múltiplas formas de se comunicar hoje disponíveis, apenas estão exacerbando facetas que eram restritas ao jornalismo industrial: manipulação, mentira, partidarização, moralismo, hipocrisia, etc.

Um admirável mundo novo, não?
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